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The Opinion by Ricardo Martinho, President of IBM Portugal

The Opinion

by Ricardo Martinho, President of IBM Portugal

“Let’s Create”

Na IBM, a inovação que faz a diferença está incorporada desde sempre na nossa cultura empresarial, sendo um dos três valores que nos pautam. Além disso, criámos recentemente o mote “Let’s create” que incentiva a criação colaborativa como resposta a desafios concretos e que tenha impacto positivo no nosso dia a dia.

Em Portugal, é cada vez mais um imperativo investirmos na nossa competitividade e, para isso, o nosso país precisa, sem dúvida, de promover a inovação e o empreendedorismo. Por outro lado, e no ámbito da Câmara de Comércio Americana e das suas relações transatlânticas, pode ser muito interessante conhecer o que os Estados Unidos da América nos podem ensinar nesta matéria, pela sua conhecida tradição de inovação e empreendedorismo que tem tido reconhecido sucesso.

Perguntam-me com frequência se tivesse que eleger uma competência para os futuros líderes da nossa sociedade, o que responderia? Seguramente, inovação.

O que é certo é que os líderes de hoje, e sobretudo os líderes de amanhã, seja qual for o seu setor, terão na tecnologia um dos seus principais aliados para inovarem e se diferenciarem da sua concorrência.

Na IBM acreditamos no poder da tecnologia como o impulsionador do progresso, que dá às organizações a capacidade para transformar os modelos económicos e às pessoas o poder para criar sociedades mais inclusivas e colaborativas.

A tecnologia é cada vez mais uma fonte de vantagem competitiva. Permite escalar, agir rapidamente, reduzir custos, aumentar a produtividade, inovar. E permite enfrentar muitos dos problemas de hoje, como os que temos nas cadeias de abastecimento, com a inflação, com as mudanças demográficas, com os ataques de cibersegurança, e procurar uma melhor e maior sustentabilidade.

Na IBM consideramos que há duas tecnologias que são absolutamente transversais e exponencialmente transformadoras e que estão no coração da nossa estratégia: Cloud híbrida e Inteligência Artificial. 

E quando se observa a taxa de adoção de ambas as tecnologias vemos o quão evidente isso é.

Segundo a Forrester, cerca de 80% das empresas já adotaram cloud híbrida porque permite o acesso a todas as cargas de trabalho por meio de um único dashboard para dados, aplicações, ferramentas e recursos em clouds públicas e privadas, on-premises e no Edge. Numa arquitetura aberta não importa onde é que as cargas de trabalho estão, podemos acedê-las de forma segura e confiável. Pode desenvolver-se uma aplicação uma vez e implementar-se em qualquer ambiente. Daí que, segundo a McKinsey, a cloud híbrida gera 2,5 vezes mais valor comercial do que uma única abordagem de plataforma de cloud, sendo uma capa de abstração que permite integrar de forma fluída as distintas tecnologias e explorar o melhor da tecnologia atual e futura.

Relativamente à Inteligência Artificial (IA), avanços recentes têm dado conta de que vivemos um daqueles raros momentos em que uma tecnologia beneficia profundamente as empresas e a sociedade. Prevê-se, inclusivé, que a IA contribua com 16 mil milhões de dólares para a economia global até 2030, com um grande aumento na produtividade. Este número pode ser ainda maior se pensarmos em todos os fluxos de trabalho das empresas que podemos transformar em processos mais simples, automatizados e autónomos com a ajuda da IA.

Hoje, estamos a ajudar a implementar IA em áreas como: equipas de programação e operações de TI que estão a direcionar a IA para ajudar a escrever e corrigir milhões de linhas de código de forma mais rápida e eficiente do que era possível anteriormente; as equipas de atendimento ao cliente que podem automatizar centenas de milhares de respostas de call center com IA com mais de 90% de precisão e maiores níveis de satisfação do cliente; equipas de cibersegurança que estão a implementar IA para analisar dados em tempo real e para se defenderem contra criminosos; ou ainda as equipas da área financeira, contabilidade ou recursos humanos, que podem economizar milhares de horas a cada trimestre através da automação de determinadas tarefas repetitivas.

Como outras inovações, a IA evoluiu em várias fases: primeiro, machine-learning; e agora, modelos fundacionais, generativos e grandes modelos de linguagem (LLM). Acreditamos que os modelos fundacionais representam uma abordagem revolucionária à IA. Porquê? Porque até recentemente a IA era cara, difícil de escalar e difícil de operacionalizar. Isso deve-se ao facto de que cada modelo foi projetado para um caso de uso específico com base em dados exclusivos, o que explica porque, de acordo com a Gartner, apenas 54% dos projetos de IA passam do piloto para a produção.

Os modelos fundacionais, no entanto, tornam a implementação de IA significativamente mais escalável, acessível e eficiente, porque com estes modelos podem criar-se vários modelos de IA a partir de um único conjunto de dados, com um tempo de valorização até 70% mais rápido do que com a IA tradicional. É por isso que prevemos que os modelos fundacionais generativos irão alimentar aproximadamente um terço da IA empresarial até 2025.

Para ajudar as empresas a aproveitar a oportunidade da IA, acabámos de anunciar o Watsonx, uma plataforma inovadora de dados e IA, projetada especificamente para ajudar as empresas a integrar perfeitamente os recursos de IA — desde machine learning, até modelos fundacionais e IA generativa — em toda a empresa, usando os seus próprios dados localmente em conjunto com modelos já existentes. Projetado em Red Hat OpenShift, o Watsonx permite implementar soluções de IA em qualquer ambiente tecnológico.  

Com a plataforma Watsonx, as empresas têm assim acesso a um conjunto de ferramentas, tecnologia, infraestrutura e experiência em consultoria para criar os seus próprios modelos ou ajustar e personalizar os modelos de IA disponíveis e implementá-los em grande escala. Mas também, certificarem-se que os modelos que constroem são baseados em fluxos de trabalho de IA responsáveis, transparentes, governáveis e confiáveis.

Finalmente, não posso deixar de mencionar a computação quântica que permitirá resolver problemas que os computadores clássicos mais poderosos não conseguem, mas também, resolver problemas que ainda nem sabemos que temos.

No final do ano passado, anunciámos o Osprey, o computador quântico mais potente do mundo, com 433 qubits multiplicando 3 vezes o anterior. Estamos a caminho de alcançar 1.000 quibits até ao final deste ano de 2024, o que permitirá avançar na resolução de problemas de fatorização, desenvolver novos materiais, como os que possam absorver CO2, criar e testar novos medicamentos de forma mais célere, conseguir melhor desempenho de baterias, etc..

Um dos fatores do sucesso para a rápida evolução desta tecnologia foi a decisão que tomámos de não ficarmos presos aos laboratórios. Optámos por um sistema colaborativo e criámos um ecossistema que inclui universidades, comunidade de investigação, empresas e parceiros que fazem parte da IBM Quantum Network. São já mais de 20 computadores quânticos, acessíveis pela cloud, e conta com mais de 400.000 utilizadores e mais de 180 entidades que colaboram na criação de aplicações por indústria.

Se há uma lição que a história da TI nos ensina é que saltos monumentais na produtividade ocorrem quando várias tecnologias convergem. Hoje, acredito que estamos à beira de um desses momentos transformadores. A convergência de cloud híbrida, IA e computação quântica está a atingir um estágio crítico de maturidade que ajudará a aumentar a produtividade no momento em que o mundo mais precisa.

Termino com o mote da IBM: Let’s create! Vamos concretizar ideias em projetos, com impacto que dure décadas e que faça com que os negócios, a sociedade e o mundo funcionem melhor!

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