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Análise

A AICEP apresentou recentemente o estudo “A Economia Portuguesa em Contexto de Incerteza Mundial – Análise das Dinâmicas Comerciais”, que analisa o impacto das tensões geopolíticas e das tarifas alfandegárias na economia portuguesa, com especial destaque para a relação com os Estados Unidos. O estudo evidencia o papel estratégico dos EUA como quarto maior destino das exportações nacionais, reforçando a relevância do mercado norte-americano para as empresas portuguesas.

Num cenário de incerteza internacional, esta análise sublinha como os Estados Unidos se mantêm um parceiro essencial para Portugal, ao mesmo tempo que aponta riscos, oportunidades e caminhos para setores-chave — do automóvel à maquinaria, passando pelo farmacêutico. A importância da diversificação de mercados e da integração em cadeias de valor regionais surge como prioridade para reforçar a presença portuguesa no comércio internacional.

Key findings:

Comércio de Bens

  • Excedente comercial robusto: Portugal mantém um saldo positivo significativo com os EUA (€2,9 mM em 2024; €1,2 mM jan-mai 2025).

  • Coeficiente de cobertura: Valores elevados (220,3% em 2024; 214,4% jan-mai 2025), indicando que Portugal exporta mais do que o dobro do que importa dos EUA.

  • Relação assimétrica: EUA são mercado de exportação estratégico e consolidado, mas fornecedor menos relevante (quota de importações entre 1,8% e 3,2%).

Comércio de Serviços

  • Superavit elevado: Saldo de serviços de €4,3 mM em 2024; €1,7 mM jan-mai 2025.

  • Exportações de serviços: Crescimento médio anual muito elevado (41,4% entre 2020-2024), mas desaceleração em 2025 (+0,9% jan-mai).

  • Importações de serviços: Crescimento mais moderado (15,1% 2020-2024; +3,0% jan-mai 2025).

Investimento Direto (IDE)

  • Investimento português nos EUA (IDPE): Declínio acentuado em 2024 (€210,7 M) e jan-mai 2025 (€32,1 M).

  • Investimento dos EUA em Portugal (IDE): Contração em 2024 (€284 M), mas recuperação parcial em jan-mai 2025 (€134,7 M).

  • Saldo líquido negativo: IDE EUA > IDPE Portugal, refletindo entrada líquida de capital americano.

  • Stock de IDE EUA em Portugal: Crescimento sustentável (€11,3 mM em dez 2024 → €11,4 mM mar 2025); EUA mantém 7.ª posição entre principais investidores.

  • Investimento indireto via jurisdições terceiras: Rácio “Final/Imediato” elevado (~283%), evidenciando uso de intermediários como Luxemburgo ou Países Baixos.

Participação e Quota

  • Exportações para os EUA: 4.ª posição como destino; quota ligeiramente em queda em 2025 (6,4%).

  • Importações dos EUA: posição inferior e volátil (10.º a 8.º lugar); quota pequena (~2,2%).

  • Operadores económicos: Crescimento do número de empresas portuguesas exportadoras para os EUA (4 255 em 2024, 19,7% do total).

Leia o documento na íntegra:

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