Expectativas e Perspectivas para 2024 dos investidores e CEO’s de empresas americanas
06 de Fevereiro | Hotel Marriott Lisboa
A AmCham Portugal, em parceria com a PwC, enquanto Knowledge Partner, apresentaram os principais resultados da 3ª edição do executive survey aos gestores das Empresas Americanas em Portugal, que pretende identificar as principais expetativas e perspetivas dos gestores para 2024.
Após a abertura do evento pelo Presidente da AmCham, António Martins da Costa, houve duas intervenções dos Keynote-Speakers: José Bizarro Duarte – Partner da PwC que apresentou os resultados do Executive Survey e de Armindo Monteiro -Presidente da CIP “Um olhar sobre 2024″. Seguiu-se um painel, com a intervenção de Vanda de Jesus – Portugal Country Head da iCapital, Pedro Penalva – CEO da AON em Portugal e Tiago Eiró – CEO da EastBanc Portugal, moderado por Filipe Alves – Diretor do Jornal Económico.
US companies in Portugal upbeat about 2024 – Essential Business article by Chris Graeme.
Gestores de empresas norte-americanas em Portugal apontam eleições e as alterações climáticas como riscos
Portugal “punching below its weight” says industry boss – Essential Business article by Chris Graeme.
Executive Survey: Veja os Key Findings + Resultado do Inquérito + Apresentação dos resultados do Executive Survey feita por José Bizarro Duarte com um excelente complemento: a comparação a outros estudos, incluindo o PwC. 27o CEO Survey.
Takeaways
Keynote Speaker
Armindo Monteiro
- Olhar para o IDE como um pilar essencial da nossa economia.
- Em 2022 os EUA foi a maior fonte de IDE em Portugal
- Quatro ideias para que Portugal possa fortalecer a sua posição no cenário económico global e maximizar o seu potencial de crescimento:
– 1º Maximização do potencial económico de Portugal - Portugal tem crescido abaixo do seu potencial, e isso é uma oportunidade, pois temos possibilidade de maximizar esta função objetivamente.
- A atração de IDE deve ser uma mobilização comum, e devemos identificar e eliminar obstáculos como licenciamentos, regulamentação excessivas etc, simplificando os processos para investidores estrangeiros.
-2º Transição para uma economia baseada no conhecimento e inovação - Precisamos de basear o crescimento económico em projectos de valor acrescentado, com foco no conhecimento, na tecnologia e na inovação. Temos abusado do nosso milagre económico, de distribuir riqueza sem a criarmos.
-3º Criação de confiança e colaboração - Promover uma cultura de confiança e colaboração , abandonando o paradigma da soma nula (a ideia de para alguém ganhar alguma coisa temos de tirar a alguém)
- Incentivar compromissos e criar pactos sociais numa cultura de win win.
-4º Critérios para a seleção de investimentos - A seleção da geografia para realizar investimentos até agora eram muito baseados só em função dos resultados económicos. Não se tinha em conta nos business plans factores como a responsabilidade social, respeito dos direitos humanos, valores como a democracia e a iniciativa privada. Isto está a mudar e Portugal tem de saber aproveitar as suas vantagens competitivas, ate como destino de investimento confiável, com previsibilidade económica e responsável.
Painel
Vanda Jesus
- Resultados do inquérito revelam uma atitude positiva por parte dos gestores americanos. apesar das guerras, das eleições, de instabilidade várias. Sinal de que os Gestores estão preparados já não para um mundo VUCA (Volatility, Uncertainty, Complexity e Ambiguity) mas para o novo mundo BANI (Brittleness, Anxiety, Nonlinearity and Incomprehensibility) .
- A ênfase no tema da confiança, que existe muito, e em particular entre o publico e o sector privado, reforça a necessidade de uma comunicação transparente e simplificada como chave para o sucesso.
- O impacto da economia tecnológica é de 11 a 17 trilhoes de dólares. A IA generativa amplia brutalmente este valor, em 30% a 70%.
- A integração da tecnologia a IA nas empresas emerge como um factor essencial na atração e retenção de talentos jovens, demonstrando a adaptação às preferências e expectativas dessa geração.
Pedro Penalva
- Os riscos podem ser encarados como oportunidades, desde que geridos eficazmente para se tornarem em vantagens competitivas. Portugal, até pela sua posição geográfica, apresenta condições otimas para enfrentar alguns dos desafios actuais globais.
- Para alem da confiança, a estabilidade é um elemento crucial para o IDE.
- O papel do Estado é principalmente o de regulador, enquanto cabe às empresas a criação da riqueza. É por meio do lucro que podem gerar empregos, investir nas pessoas, aumentar salários e reinvestir.
- A demografia é um dos grandes desafios associados aos novos fenómenos, como o da “Grande renuncia “ pos covid e a emergente tendência do “quiet quitting” entre a geração Z, que diz respeito à prática de trabalhar apenas o necessário para a sua função, limitando as suas tarefas dentro da descrição do cargo, eliminando a ideia de “viver para trabalhar”, mas sim trabalhar o que é preciso para conseguir viver a vida.
- Um aumento de 1% no nível de engagement pode levar a um incremento de 2,5% a 3% no Evbita da empresa.
- Relação da Academia com as empresas, ciclos de aprendizagem reestruturados acompanhando a evolução da esperança de vida, upskill e reskill são temas fundamentais.
Tiago Eiró
- Os principais desafios no sector imobiliário são as taxas de juros altas e as questões relacionadas com os licenciamentos.
- A escassez de mão de obra e a crescente preocupação com a sustentabilidade representam desafios que podem ser convertidos em oportunidades. Investir em talento e manter altos padrões de seleção e qualidade é essencial. Estamos muito otimistas.
- O investimento americano em Portugal é de longo prazo. Portugal está na mira do mundo, impulsionando um mercado imobiliário mais dinâmico, até em comparação com o americano onde predomina uma postura mais cautelosa de “wait and see”.
- Num mundo globalizado, as mudanças políticas nos vistos gold em Portugal, torna-se oportunidade para outros países, podendo redirecionar os investimentos para países concorrentes.
- Há muito dinheiro e muita liquidez no mundo inteiro, e nos próprios estamos a angariar capital para investir mais. Queremos investir em habitação de luxo, em habitação social e para jovens, pois esta é a forma de criar equilíbrios nos bairros, e é isso que estamos a fazer no Príncipe Real. Nos EUA esta coexistência é apoiada pelo estado e exemplifica um modelo que pode inspirar diversificação semelhante em Portugal.
- A chegada de um número significativo de americanos a Portugal vai contribuir para impulsionar a lógica da qualidade no mercado imobiliário.
Sobre o evento
Num contexto global e nacional marcado por incertezas, instabilidade, tensões geoestratégicas e políticas, bem como por riscos de diversas naturezas, é importante conhecer as opiniões e reflexões dos investidores e responsáveis das empresas americanas que operam em Portugal. É fundamental entender como estes líderes encaram o ano de 2024!
Este evento reuniu alguns destes CEO’s, numa discussão sobre suas visões, oferecendo insights valiosos sobre estratégias e colaborações necessárias para navegar com sucesso neste período desafiador. Tivemos ainda a honra de contar com a participação do Presidente da CIP, Armindo Monteiro que compartilhou, na sua intervenção, a perspetiva dos empresários portugueses, completando assim a análise.
Programa
- 8h30 Welcome Coffee
- Boas-vindas: António Martins da Costa, Presidente da AmCham
- Expectativas dos Gestores num mundo em mudança, José Bizarro Duarte, Clients & Markets Partner, PwC Portugal
- Apresentação dos resultados do inquérito realizado juntos dos CEO’s das empresas americanas
Um olhar sobre 2024 por Armindo Monteiro, Presidente da CIP - Painel de debate com:
–Pedro Penalva, Head Enterprise Clients – EMEA, AON
–Tiago Eiró, CEO EastBanc Portugal
–Vanda de Jesus, Portugal Country Head, iCapital
Moderador: Filipe Alves, Diretor do Jornal Económico - 10h45 Fecho